Propriedade Intelectual e a música

Publicado em 25 de Abril de 2025 em Artigos

Para celebrar o Dia Internacional da Propriedade Intelectual, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) escolheu um tema que nos leva a refletir sobre a presença e intersecção da PI na música. A associação entre música e propriedade intelectual é, à primeira vista, evidente. Afinal, a música é repleta de criações autorais passíveis de proteção por direitos autorais e propriedade intelectual, como composições, fonogramas, videoclipes, coreografias, letras de músicas, arranjos, performances ao vivo, e até mesmo a identidade visual de álbuns.

 

Esse tema é cercado de discussões interessantes, especialmente as disputas judiciais envolvendo alegações de plágio, que são não apenas divertidas de se acompanhar, mas também complexas para se decidir. O conceito de "plágio" na música pode envolver desde a cópia de melodias e letras até a utilização não autorizada de samples, levando muitas vezes a longas batalhas legais.

 

Quanto mais refletimos sobre essa intersecção, mais ativos de PI relacionados ao universo musical conseguimos vislumbrar. Temos as marcas registradas de bandas, instrumentos, gravadoras e artistas, que são fundamentais para a identificação e proteção comercial desses itens. No âmbito dos desenhos industriais, verificamos a proteção das configurações de instrumentos, como a estética de guitarras e pianos, que podem ser registradas para garantir que não sejam copiadas. Em patentes, não é difícil encontrar exemplos de instrumentos musicais novos e inéditos, além de invenções relacionadas à música, como sistemas de amplificação e tecnologia de gravação.

 

Na era atual, não podemos esquecer da Inteligência Artificial (IA) e seu papel crescente na composição musical. Ferramentas de IA são capazes de criar melodias e harmonias, levantando questões sérias sobre a autoria e o respeito aos direitos autorais e de propriedade intelectual pré-existentes. Questões como o treinamento dessas ferramentas de IA, que frequentemente envolve o uso de obras protegidas, e a eventual remuneração dos artistas, compositores e demais players dessa cadeia, são tópicos de discussão essenciais.

 

Além disso, no âmbito dos contratos, onde música, gaming, direitos autorais e propriedade intelectual se intersectam, não podemos deixar de mencionar o licenciamento de músicas, como trilhas sonoras, e imagens dos artistas, como skins, para o universo dos games. Um exemplo recente é a nova e inédita skin verde da Billie Eilish lançada no jogo Fortnite.

 

Em resumo, a intersecção da propriedade intelectual e da música nos proporciona um campo fértil para reflexões e discussões. Celebrar o Dia Internacional da Propriedade Intelectual é, portanto, uma oportunidade de reconhecer a importância da proteção das criações artísticas e inovadoras que moldam o nosso mundo musical, além de reconhecer os direitos daqueles por trás dessas criações.

 

Nosso time de Propriedade Intelectual de TozziniFreire trouxe alguns exemplos para ilustrar essa discussão.

Publicação produzida pela(s) área(s) Propriedade Intelectual